O disjuntor de média tensão é o equipamento responsável por estabelecer e/ou interromper correntes de cargas e curto-circuito em uma instalação. No momento da especificação do disjuntor deve ser levado em consideração alguns fatores fundamentais que são muito importantes para operação e manutenção que muitas vezes são negligenciados que iremos discutir aqui hoje.
Condições Técnicas
Essa é a premissa fundamental que deve ser adotada para dimensionar um disjuntor, seja de média tensão ou alta tensão. Você deve verificar se a corrente nominal e de interrupção do disjuntor está compatível com a subestação no qual será instalada. Além disso deve ser verificado a condição de cargas especiais, onde necessita um número maior de manobras e capacidade de interrupção mais elevada devido estar próximo da geração, o que resulta em um elevado X/R.
Padronização/Peças de Reposição
É muito interessante sempre que possível, os equipamentos utilizados dentro de uma mesma instalação para diferentes subestações sejam padronizados, de forma que ao especificar um disjuntor mantenha esse padrão para reduzir o estoque de peças de reposição e facilitar a manutenção e operação das subestações. Isso é um critério bem interessante de se trabalhar pois gera uma economia financeira e faz com que você tenha em um único ativo reposição para diversos pontos da instalação por exemplo.
Manutenção
É muito importante ao escolher o modelo do disjuntor você verificar alguns pontos que serão fundamentais lá na frente, durante os períodos de manutenção. A depender do tipo de disjuntor e das características do seu meio de interrupção (óleo, vácuo ou SF6) você terá procedimentos específicos de manutenção corretiva e preventiva, devendo sempre ser adotada mão de obra especializada. Portanto é importante verificar a assistência técnica do fabricante e se encontra mão de obra facilmente no mercado para lidar com aquele tipo de equipamento.
Acessórios
O disjuntor é composto de diversos acessórios que podem ser especificados ou não, vai depender do nível de automação e controle do processo e do método de instalação e fixação desse disjuntor. Essas informações estão contidas nos digramas funcionais de proteção e no projeto da subestação, tornando-se de responsabilidade de quem estiver especificando verificar quais acessórios serão necessários para atender o que está descrito em tais documentações. Podemos citar como acessórios de um disjuntor:
- Bobina de Abertura (Tensão de Alimentação)
- Bobina de Fechamento (Tensão de Alimentação)
- Motor de Carregamento de Mola (Tensão de Alimentação)
- Carrinho de Extração
- Rodas
- Tomada Multipolar para conexão dos contatos
- Números de contatos auxiliares (NA+NF)
- Meio de Interrupção
- Tipo de Comando (Lateral ou Frontal)
Todas essas informações se fazem importante no momento de especificar um disjuntor para compra, de modo que o funcionamento adequado do comando da proteção está diretamente relacionado com a especificação correta de todos os acessórios.
Custo
As soluções de engenharia hoje são pensadas sempre em relação a condição técnica associada a um custo. O que antigamente era pensado apenas em termos de custo de aquisição, hoje já existem análises de investimentos mais elaboradas que mostram que nem sempre o menor custo de aquisição resulta em um menor custo global, devendo sempre ser feito a análise de uma dada solução ao longo da sua vida útil de utilização. No caso do disjuntor não é diferente, deve-se prever ou estimar os custos e perdas associadas ao equipamento em manutenção, reposição e operação durante sua utilização. Esse fator é fundamental de ser levado em consideração antes de decidir qual equipamento aplicar. Lembre-se que o custo não deve sobrepor as condições técnicas necessárias para correto funcionamento, já que estamos tratando aqui de um equipamento responsável por interromper altas correntes passantes de curto-circuito para sistemas elétricos industriais e de potência.
Conclusão
Como vimos aqui hoje mais do que as características elétricas do disjuntor, existem outros fatores do ponto de vista de engenharia que são fundamentais de serem dimensionados e especificados de maneira adequada. A instalação, operação e manutenção de subestações passa muito por esse dimensionamento, devendo ser dado atenção especial necessária para chegar em uma solução que atenda tecnicamente com um bom custo benefício.
Equipe Mesh Engenharia
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