Sistema Interno de PDA

Na ocorrência de uma descarga atmosférica deve ser previsto o sistema de SPDA na edificação para evitar a ocorrência de centelhamentos perigosos, porém fazer o SPDA externo não é suficiente, pois pode ocorrer centelhamento entre o SPDA externo e os equipamentos abrigados internamente a edificações como instalações metálicas, sistemas internos, partes condutivas externas e linhas conectadas a estrutura (um exemplo é entrada de cabos aéreos em uma subestação através de leitos eletrolíticos). O método mais utilizado para evitar os centelhamentos perigosos são as ligações equipotenciais, ou seja, a equipotencialização das partes metálicas da edificação. A equipotencialização é obtida através da interligação das partes metálicas internas, externas e sistemas internos com o sistema de SPDA.

Ao fazer a equipotencialização deve ser observada a metodologia da interligação, pois uma parte da corrente da descarga atmosférica pode transitar nos sistemas internos, em razão disso temos 3(três) tipos de interligação, onde um é direto e dois são de forma indireta.

A equipotencialização direta é feita a interligação com o sistema de SPDA através de condutores de ligação, quando a continuidade elétrica não seja garantida pelas ligações naturais. A primeira forma de interligação indireta é feita através de dispositivo de proteção contra surtos (DPS), esta ligação é empregada quando a conexão direta não seja possível, como por exemplo um quadro de distribuição. E por fim temos a interligação indireta por centelhadores.

ART234 | Figura 2 – DPS centelhador Termotécnica

Deve-se coordenar e interligar todos os condutores de equipotencialização existentes na estrutura, no primeiro nível de coordenação, este deve ser sempre o barramento BEP.

ART234 | Figura 3 – BEP/BEL Termotécnica

No caso de equipotencialização para instalações metálicas para SPDA externo isolado, deve ser feito apenas ao nível do solo. Para SPDA externo não isolado deve ser feito na base da estrutura ou nível do solo e ligado ao barramento de equipotencialização principal (BEP) que por sua vez é ligado ao aterramento. Para estruturas extensas com mais de 20m seja horizontal ou vertical, deve ser instalado o barramento de equipotencialização local (BEL) ligado ao BEP.

ART234 | Figura 4 – Ligações em um BEP

Para elementos condutores externos a equipotencialização deve ser feita a partir do ponto mais próximo de onde os condutores adentram a subestação (edificação). Para fazer a interligação os condutores de ligação devem suportar uma parcela da corrente da descarga atmosférica (), caso não seja possível a ligação direta, se faz necessário a instalação de DPS. Quando a edificação não for passível de SPDA, é recomendado utilizar o barramento de terra da baixa tensão, que normalmente é ligado ao BEP.

Se tratando de sistema internos caso os condutores do sistema interno forem blindados ou estiverem envoltos em eletroduto metálico, a equipotencialização pode ser feita apenas interligando as blindagens dos condutores ou o eletroduto ao BEP ou ao BEL. Os condutores vivos dos sistemas internos que não apresentarem blindagem e não estiverem envoltos em eletroduto metálico devem ser equipotencializados através de DPS interligado ao BEP, os condutores PE e PEN configurados no esquema de aterramento TN devem ser ligados diretamente ao BEP.

ART234 | Figura 5 – Ligações de DPS em um sistema interno – https://perguntas.habitissimo.com.br/pergunta/instalacao-de-dps

Mesmo com o sistema de SPDA instalado, não é possível no momento de uma descarga atmosférica garantir a integridade dos sistemas internos a edificação. Em razão disso se faz extremamente importante a presença do sistema de equipotencialização para garantir a minimização dos danos aos sistemas e estruturas internas.

Referências Bibliográficas:

NBR 5419-3 – Proteção contra descargas atmosféricas Parte 3: Danos físicos a estrutura e perigos à vida


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