Subsistema de descida em SPDA

Em um sistema de SPDA, temos 3(três) subsistemas, o subsistema de captação, de descida e de aterramento. Neste artigo vamos focar no subsistema de descida.

O subsistema de descida tem a função de conduzir a corrente de descarga atmosférica captada pelo subsistema de captação até o sistema de aterramento, provendo diversos caminhos paralelos, visando o menor caminho possível para a corrente até a terra.

Deve haver um espaçamento máximo entre os condutores de descida, este espaçamento é definido pela tabela 4 da norma NBR5419-3 que vai de 10m a 20m, de acordo com a classe de SPDA adotada, quanto mais descidas com espaçamento regular menor, melhor para reduzir a probabilidade de centelhamento perigosos, ajudando na proteção interna.

Para o posicionamento das descidas temos que tomar alguns cuidados. Se tratando de um SPDA isolado, para um captor constituído por haste em mastro não metálicos e que não estejam interconectados às armaduras, se faz necessário ter ao menos um condutor de descida em cada mastro. Caso os captores sejam constituídos por condutores suspensos em catenária, também deverá ser instalado um condutor de descida, porém em sua base (no suporte de sua estrutura). E por último se os captores formarem uma rede de condutores, é necessário a conexão de um condutor de descida em cada terminação dos condutores de captação.

Em caso de SPDA não-isolado, é necessário em qualquer estrutura que for implementado o sistema, ao menos dois condutores de descida. Para distâncias entre os condutores deve ser respeitado as indicadas na tabela 4 da norma NBR5419-3, nesta tabela podemos observar que as distâncias máximas entre os condutores variam de acordo com a classe do SPDA.

ART228 | Imagem 1 – NBR5419-3

No que se refere sua instalação, os condutores de descida devem ser instalados de forma a garantir que sejam uma continuação do subsistema de captação, constituindo um caminho reto e vertical de forma a garantir o caminho mais curto para a terra. Onde não for possível produzir um caminho reto e vertical, deve ser respeitado um afastamento s entre dois pontos do condutor e o comprimento l entre estes dois pontos, conforme figura a seguir.

ART228 | Imagem 2 – Laço em um condutor de descida

O afastamento s é calculado de acordo com a equação:

Onde:

 – valor dependente do nível de proteção aplicado para o SPDA (tabela 10 da norma);

 – valor dependente da corrente de descarga atmosférica pelos condutores de descida (tabela 12 da norma);

 – valor dependente do material isolante (tabela 11 da norma);

l – comprimento ao longo do subsistema de captação ou descida, desde o ponto onde a distância de segurança deve ser considerada até a equipotencialização mais próxima.

Com relação a instalação dos condutores de descida, segundo a norma, caso a parede for de material não-combustível, os condutores podem ser posicionados na sua superfície ou embutido na parede. Caso a parede seja de material combustível deverá ser feita na superfície da parede desde que a elevação da temperatura não seja prejudicial para o material da parede devido a passagem da descarga. Caso a parede seja de material prontamente combustível e haja perigo pela elevação de temperatura decorrente da condução de corrente nos condutores de descida, os mesmos deverão ser instalados com uma distância da parede de no mínimo 0,1m (100mm) através de suportes instalados na parede.

ART228 | Imagem 4

ART228 | Imagem 5 – Descidas com cabo de aço com suporte guia simples – Termotécnica Para-raios

Temos também estruturas que podem fazer o papel do subsistema de descida, as chamadas descidas naturais, neste caso temos:

  • Instalações metálicas: estas estruturas podem ser consideradas descidas desde que garantam a continuidade elétrica entre as várias partes da estrutura de forma durável de acordo com anexo F da norma. As especificações dos materiais da estrutura utilizado deve atender a tabela 6 da norma, caso haja tubulações contendo misturas inflamáveis ou explosivas, estas não poderão servir de componente natural.

ART228 | Imagem 6

  • Armaduras de estruturas de concreto armado: neste caso podemos considerar como componente natural as armaduras de concreto armado desde que haja uma continuidade elétrica.

Concluímos então que independe do subsistema de descida ser de componentes naturais ou não, deve ser respeitado a continuidade elétrica. O sistema de descida a ser empregado depende de qual edificação será protegida, podendo ser através de componentes naturais como armaduras de concreto armado aproveitando a própria estrutura da edificação ou através da instalação de condutores na superfície da parede ou embutido nela.

Referências Bibliográficas:
NBR 5419-3 – Proteção contra descargas atmosféricas Parte 3: Danos físicos a estrutura e perigos à vida

https://www.gelcam.com.br/produtos_instalados.php

Termotécnica Para-raios:

https://www.tudoconstrucao.com/quais-sao-os-tipos-de-pilares-de-concreto/

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