Os consumidores de energia elétrica que possuem potência instalada maior que 75kW e menor que 2500kW serão atendidos em tensão maior ou igual a 2,3kV e menor que 69kV, se enquadrando na modalidade do grupo A4. Para esses clientes tipicamente o sistema de medição para faturamento da concessionária é feito na baixa ou na média tensão. Segundo a norma da maioria das concessionárias para uma potência instalada de até 300kVA a medição podia ser feita na baixa tensão, enquanto para potências maiores que essa somente na média tensão. Porém tem sido uma tendência a substituição dos padrões construtivos das concessionárias para a realização de medição somente na MT para esses clientes no grupo A, e hoje vamos entender alguns motivos para isso.
Medição MT vs Medição BT
A medição em BT para cliente atendidos em média tensão acontece logo após o transformador de entrada no seu secundário. Sendo assim, fica a encargo e custo da concessionária as perdas elétricas do transformador de potência já que essa corrente não passará pelo medidor. Isso para a concessionária ao longo de anos de operação com inúmeros clientes conectados, traz uma perda de receita muito grande, o que não se torna vantajoso financeiramente falando. Por um outro lado, a medição em BT tem um custo menor de implantação tanto para o cliente quanto para a concessionária, que também é importante de se levar em consideração. Além disso, se o transformador estiver operando a vazio ou com baixo carregamento, cabe a concessionária tomar ações para compensação desse reativo no circuito primário de distribuição, o que aumenta também o custo com equipamentos para controle desse reativo. Pode-se dizer então que essas são as motivações pela substituição da medição em BT para a medição MT para esses consumidores.
Arranjos Construtivos MT e BT
Para as subestações que possuem medição em BT, em sua grande maioria, são aplicadas subestações aéreas ou os chamados postos simplificados, conforme exemplo abaixo:
A aquisição do sinal de corrente para o medidor é feita utilizando TC’s toroidais e para a aquisição do sinal de tensão normalmente é feito diretamente no barramento de BT, quando a tensão secundária for compatível com a faixa de leitura do medidor. Na maioria das vezes, a maior tensão secundária será 380/220V a depender da região do país de utilização.
Para a medição em média tensão, existem diversos arranjos possíveis, seja aplicado a subestações aéreas, abrigadas em alvenaria ou blindadas. Ainda considerando a subestação aérea, nesses casos são adotados os denominados conjuntos poliméricos, que são estruturas físicas que abrigam TC’s e TP’s responsáveis pela aquisição das grandezas de corrente e tensão para medição de faturamento.
Para as subestações abrigadas, existe um cubículo de entrada responsável por abrigar os TC’s e TP’s que enviaram o sinal medido para o medidor.
O mesmo é válido para um cubículo blindado, conforme imagem a seguir:
Conclusão
A escolha por medição na MT ao invés da BT trás diversos ganhos para a concessionária, porém pode ser que aumente o custo do acessante pelo fato do investimento para atendimento ao modelo construtivo necessário ser maior. De toda forma, é possível que nos próximos anos a medição em BT para consumidores do grupo A acabe de fato, sendo utilizada apenas para consumidores do grupo B.
Equipe Mesh Engenharia
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