Os relés secundários são utilizados para realizar a proteção da subestação através da aquisição do sinal de tensão e de corrente. Caso ocorra um evento transitório no sistema o relé irá enviar o trip para bobina de abertura do disjuntor que irá realizar o seccionamento do sistema eliminando a falta.
Para o relé é necessário realizar um estudo de proteção para garantir a coordenação e a seletividade do sistema, porém muitos projetistas possuem dúvidas de quais são as diferenças na parametrização do relé na baixa e na média tensão. Neste artigo iremos citar algumas diferenças na utilização do relé de proteção na baixa e na média tensão.
Sistema de Proteção utilizando Relé na Média Tensão
Nestes sistemas a tensão e a corrente possuem valores em que o relé de proteção pode suportar, para o relé identificar os valores destas grandezas será necessário utilizar TC e TP que tem a função de garantir o isolamento do sistema de média tensão onde está instalado o IED, reduzindo os valores de tensão e corrente a valores aceitáveis possíveis de leitura para o relé de proteção.
O contato de TRIP do relé de proteção é do tipo NA e deve ser conectado a bobina de abertura do disjuntor. O contato NF utilizado para “TRIP” é adotado quando se atua em contatores ao invés de disjuntores. Para funções de sincronismo em disjuntores o contato utilizado também é NA.
Segundo a ABNT 14039 o relé de proteção deve possuir uma fonte capacitiva que irá garantir que a bobina de abertura do disjuntor receba tensão suficiente para seccionar o sistema. Caso ocorra uma falta no sistema o relé de proteção deve possuir uma fonte de alimentação reserva com autonomia de no mínimo 2 horas.
Sistema de Proteção utilizando Relé na Baixa Tensão
No sistema em baixa tensão existem algumas diferenças na utilização do relé de proteção em relação à média tensão.
Em sistemas elétricos na baixa tensão o valor da corrente elétrica é superior do que na média tensão, é muito comum utilizar TC’s do tipo janela para aquisição de sinal de corrente por uma questão de custo e praticidade na instalação. O sinal de tensão em sistemas 220/127 V podem ser conectados diretamente nos bornes de tensão do relé utilizando apenas um disjuntor tripolar para proteção contra sobrecorrentes, porém quando o valor da tensão é em 880V será necessário implementar TP’s para aquisição do sinal de tensão no sistema.
As características dos disjuntores de BT são diferente em relação aos disjuntores de MT que podem possuir funções de sobrecorrente temporizada e instantânea por possuir elemento termomagnético, ficando a critério do projetista se utilizará o disjuntor como elemento principal para eliminar faltas sobrecorrente e utilizar o relé de proteção para ajustar funções como sub e sobretensão, direcional de potência e todas as funções que dependem de sinal de tensão ou deixando o relé de proteção como o único elemento responsável por enviar o sinal de trip para a bobina de abertura. Para entender melhor essa diferença construtiva dos disjuntores de BT, MT e AT veja:
É obrigatório a utilização de um sistema de alimentação auxiliar de autonomia de 2 horas caso ocorra a falta de energia no sistema.
Na proteção na baixa tensão não é obrigatório a utilização do trip capacitivo para a energização da bobina de abertura, porém é aconselhável sua utilização para garantir tensão suficiente para seccionar o sistema caso ocorra uma falta.
Conclusão
A proteção utilizando relés na MT e BT tem o mesmo objetivo e apresentam as mesmas características do ponto de vista do relé de proteção. A diferenciação desses 2 sistemas está nos equipamentos de aquisição de sinais (TC e TP) e a depender do método de ajuste no valor calculado para parâmetro de algumas funções. Como vimos anteriormente o que diferencia a proteção na baixa tensão para a média tensão é na estrutura física dos equipamentos do sistema de proteção. Tem dúvidas sobre proteção na baixa tensão? Deixe nos comentários!
Um abraço e até a próxima,
Equipe Mesh Engenharia
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