A elaboração de diagrama de comando do disjuntor é tida como uma grande dificuldade por alguns profissionais que mexem com projeto de subestação e estudos de proteção. Diante disso esse artigo está sendo elaborado no intuito de trazer algumas observações importantes que devem ser levadas em consideração para elaboração de um bom diagrama de comando.
Componentes do Diagrama de Comando
O disjuntor de média tensão ele pode ser acionado mecanicamente através dos botões que se encontra em sua parte frontal que atua direto no seu mecanismo ou eletricamente através de dispositivos que atuam sobre as bobinas de abertura e fechamento que descarregam molas dedicadas a realizar a mudança da posição do disjuntor. Sendo assim, para realizar o acionamento elétrico é necessário elaborar um diagrama de comando para o equipamento. Pode fazer parte desse comando diversos dispositivos, nos quais os principais são citados abaixo:
- Botoeiras
- Relé de Proteção
- Botoeira de Emergência
- Motor Elétrico para carregamento da Mola
- Sinaleiros
- Trip Capacitivo
- Relé Anti-Pumping
- Bobina de Mínima
- Bobina de Abertura e Fechamento
- Nobreak ou Banco de Baterias
- Contatos Auxiliares do Disjuntor
É muito importante saber fazer as devidas ligações no equipamento para que a operação do disjuntor não seja comprometida. Será citado aqui pontos de atenção que devem ser levados em consideração pelo projetista.
Botoeira de Emergência
A botoeira de emergência serve para casos em que se precisa de uma decisão rápida e por isso deve estar sempre presente no nosso comando. Essa botoeira quando pressionada irá abrir o disjuntor e bloquear o seu fechamento.
Botoeiras Liga e Desliga
Essas botoeiras são do tipo sem retenção, ou seja, elas alteram seu status somente quando está sendo pressionada. No caso dos comandos do disjuntor elas serão usadas para fazer o acionamento remoto do disjuntor pelo painel de proteção. Para isso, elas devem ser conectadas em série com as bobinas de abertura e fechamento.
Contatos Auxiliares do Disjuntor
Existem no interior da caixa do disjuntor, contatos eletromecânicos auxiliares que são muito importantes na elaboração do diagrama do disjuntor e na lógica de operação dos relés de proteção. Esses contatos são usados normalmente para evitar que as bobinas de abertura e fechamento fiquem permanentemente energizadas e para indicar o status do disjuntor no relé de proteção.
Bobina de Abertura
A bobina de abertura é responsável por fazer o acionamento da mola que irá abrir o disjuntor. Esse acionamento só irá ocorrer se a bobina de abertura for energizada. Para isso é necessário que um dos dispositivos ou elementos que estão em série com a bobina permita o fechamento do circuito de forma que a bobina receba um pulso.
Como mencionado anteriormente é muito importante colocar em série com a bobina de abertura um contato NA eletromecânico do disjuntor, para evitar que essa bobina fique permanentemente energizada pois pode levar a sua queima.
Bobina de Fechamento
A bobina de fechamento é responsável por fazer o acionamento da mola que irá fechar o disjuntor. Esse acionamento só irá ocorrer se a bobina de fechamento for energizada. Para isso é necessário que um dos dispositivos ou elementos que estão em série com a bobina permita o fechamento do circuito de forma que a bobina esteja alimentada pela sua tensão nominal.
Como mencionado anteriormente é muito importante colocar em série com a bobina de fechamento um contato NF eletromecânico do disjuntor, para evitar que essa bobina fique permanentemente energizada pois pode levar a sua queima.
Motor para Carregamento da Mola
O motor para carregamento da Mola para disjuntores de média tensão é monofásico. Portanto é muito importante verificar a tensão nominal de operação do motor para que seja feito a sua alimentação de forma correta.
O motor sempre será acionado após um comando de fechamento do disjuntor, portanto deve-se realizar a sua ligação da seguinte forma:
Alimentação Auxiliar
A alimentação auxiliar pode ser feita em corrente contínua ou corrente alternada. Deve-se verificar a faixa de operação dos dispositivos utilizados para que nenhum deles trabalhe fora da condição nominal. A alimentação por corrente alternada pode ser feita da seguinte forma:
– Através de um TP dedicado para o sistema de proteção;
– Através do TP de sinal de proteção
– Pelo secundário do transformador de acoplamento da planta;
Dentre as três possibilidades citadas acima, o autor considera a primeira alternativa a mais adequada, pois dessa forma você manterá a alimentação do sistema de proteção se o transformador de acoplamento estiver inativo e evita que qualquer agente externo cause interferência na alimentação do sistema de proteção. Não devemos nos esquecer que independente do método de alimentação escolhido deve-se ser utilizado um Nobreak com autonomia mínima de 2 horas segundo NBR14039.
Em casos de alimentação CC, utiliza-se bancos de baterias para alimentação de todo o comando do sistema de proteção.
Por: Mesh Engenharia
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