E se eu te perguntasse quais os tipos de bobinas um disjuntor de média tensão pode ter, você saberia responder?
Deixe-me tentar adivinhar: você falou 2 sendo uma de abertura e a outra de fechamento, correto?!
Pois é, você quase acertou! Isso porque existem 4 tipos de bobinas que um disjuntor de média tensão pode ter que nem todo profissional conhece e hoje vamos falar um pouco delas.
Bobina de Mínima
A bobina de Mínima Tensão é utilizada para bloquear o fechamento do disjuntor sempre que se verificar uma condição anormal na tensão de alimentação do comando do disjuntor.
Além disso, caso haja perda dessa alimentação a bobina de mínima também realiza a abertura do disjuntor.
Normalmente, essas bobinas possuem 3 zonas de operação distintas (que devem ser consultadas com o fabricante) que funcionam da seguinte forma:
– Zona1: Tensão de alimentação não é suficiente para manter a bobina de mínima energizada, sendo assim o disjuntor será aberto e se manterá até que a tensão volte a valores aceitáveis e seja feito um novo comando de fechamento.
– Zona 2: Tensão de alimentação está acima do valor mínimo e o fabricante garante que a bobina estará atracada, fazendo com que seja possível realizar o fechamento do disjuntor e ele permaneça nessa condição.
– Zona 3: Existe uma faixa de tolerância que o fabricante não garante o acionamento da bobina, podendo recair em uma das duas condições citadas anteriormente.
Você pode estar se perguntando quando é utilizado esse dispositivo?
Bom, em se tratando de subestações de entrada de energia (consumidores do grupo A), a maioria das concessionárias proíbem a sua utilização.
No entanto, em subestações internas onde se tenha comando remoto esse dispositivo é bastante utilizado como uma forma de aumentar a segurança operativa.
A sua utilização possui amparo em norma previsto pela NBR 14039:
“Os disjuntores, contadores etc. acionados por comando a distância devem se abrir quando interrompida a alimentação das bobinas, ou outras técnicas que apresentem segurança equivalente devem ser utilizadas”.
Além disso também há a possibilidade de realizar intertravamentos e lógicas com outros equipamentos e disjuntores com a bobina de mínima.
Aplicação Bobina de Mínima
O disjuntor da Siemens Sion 3AE6 possui o seguinte mecanismo que exerce a função da bobina de mínima tensão:
No caso desse equipamento o fabricante informa que esse só pode ser acionado com a resistência em série R1 conforme mostra a figura.
Esse dispositivo, também chamado de disparador de subtensão, possui um sistema de solenoide que, com o disjuntor na posição fechado, está continuamente com tensão.
Se a tensão descer abaixo de um determinado valor (conforme zonas discutidas anteriormente), o disparador de subtensão é acionado abrindo o disjuntor através do acumulador de energia.
Bobina Anti – Pumping
A bobina anti-pumping serve para evitar o bombeamento dos contatos do disjuntor quando houver um comando simultâneo de abertura e fechamento do equipamento.
Esse pumping ou repicamento pode causar sobretensões entre os contatos e levar a destruição ou degradação do mecanismo do disjuntor e de seus contatos.
Essa degradação, afeta significativamente na vida útil do disjuntor e pode ser necessário alguma manutenção preventiva ou corretiva antes do tempo previsto.
A bobina anti-bombeamento já é prevista nos disjuntores de fábrica, porém, sempre é importante consultar o fabricante se a bobina já está incorporada no equipamento que você estiver adquirindo ou dimensionando para o seu cliente.
Bobina de Abertura e Fechamento
Essas bobinas são as mais conhecidas do Disjuntor, pois são responsáveis por receber o sinal de abertura e fechamento remoto, acionando o mecanismo do equipamento e, consequentemente, ocasionando na abertura ou fechamento os contatos principais.
É muito importante garantir que essas bobinas não permaneçam energizadas pois elas não foram feitas para operar continuamente, o que pode ocasionar na sua queima.
Para evitar que isso aconteça os disjuntores possuem contatos auxiliares diretamente acoplados com o contato principal que certificam que as bobinas não permaneçam energizadas.
Dessa forma, quando o disjuntor está fechado, o contato auxiliar da bobina de abertura está na posição fechado e o contato auxiliar da bobina de fechamento está na posição aberto.
De maneira simétrica, quando o disjuntor está aberto, o contato auxiliar da bobina de abertura está na posição aberto e o contato auxiliar da bobina de fechamento está na posição fechado.
Conforme vimos nesse artigo os disjuntores podem ter até 4 bobinas com funções especificas que vai depender da aplicação quando se tratar de subestações internas e das normas das concessionárias para cabines primárias. Portanto é fundamental conhecer as principais características de cada uma e a implicação do seu uso para o sistema de proteção visando sempre as melhores práticas de operação da subestação.
Por: Mesh Engenharia