Como o próprio nome já diz, os Fusíveis, mais especificamente os elos fusíveis, são dispositivos constituídos de uma liga de estanho responsável por interromper a corrente no circuito diante da fusão do elemento fusível.
Diferente de um relé de proteção, que pode ser simplesmente “resetado” ao operar, os fusíveis devem ser substituídos para que o circuito seja restabelecido.
Uma curiosidade que nem todos sabem é que os elos fusíveis que nós conhecemos são na verdade, tecnicamente falando, fusíveis do tipo expulsão.
Quais os tipos de Elos Fusíveis?
Basicamente, do ponto de vista construtivo, eles podem ser do tipo argola (ou olhal) e do tipo botão, que é o mais comum de ser encontrado e normalmente aplicado em porta fusíveis de chaves fusíveis ao longo de todo sistema de distribuição.
Do ponto de vista de proteção, os elos fusíveis de distribuição são separados em 3 principais grupos a depender do tipo de aplicação:
- Elo Fusível Tipo H: Normalmente aplicados para proteção de transformadores. Sua corrente varia de 0,5A a 5A. Fusíveis do tipo “alto surto” visto que, para correntes elevadas possuem tempo de operação mais lento;
- Elo Fusível Tipo K: Fusíveis do tipo “atuação rápida”. Mais usual em redes de distribuição aérea, mas também aplicado em proteção de transformadores;
- Elo Fusível Tipo T: São fusíveis do tipo “lento”. Por ter uma tolerância de tempo maior, é muito utilizado na proteção de ramais de redes de distribuição.
Apesar dos fusíveis acima serem os mais comuns, ainda encontramos fusíveis com características do tipo ES-HXO, ES-HYO, EF-HYO, EF-HXO, STD, IS, DI, QI, I200, IX, N e H NEMA.
Um ponto importante de se notar é que as letras H, K e T são na verdade designações de velocidade de operação dos fusíveis.
Quais as normas de fusíveis?
Os fusíveis tradicionais (H, K e T) obedecem a NBR 7282:2011 | Dispositivos Fusíveis de Alta Tensão — Dispositivos Tipo Expulsão — Requisitos e Métodos de Ensaio, por isso o fato de serem os mais comuns
Porém, como é o caso dos demais fusíveis citados acima, podem obedecer a outras normas como:
- IEC 60282-2 | High-voltage fuses – Part 2: Expulsion fuses
- ANSI C37.41 | IEEE Standard Design Tests for High-Voltage (>1000 V) Fuses and Accessories
- ANSI C37.42 : IEEE Standard Specifications for High-Voltage (>1000 V) Fuses and Accessories
- NEMA PUB. SG-2 : High Voltage Fuses
Como obter as curvas dos fusíveis?
As curvas dos fusíveis podem ser obtidas tanto através do Anexo B da NBR 7282 como também pode ser obtida diretamente do catálogo dos fabricantes. Um fabricante que você encontra facilmente essas informações é a INDEL BAURU.
Um detalhe que você pode observar em relação às curvas desses dispositivos é que normalmente os elos do tipo K e T começam a operar com 200% a corrente nominal, e um elo do tipo H com 150% da corrente nominal. Dessa forma, um elo 3H pode começar o processo de fusão com 6A e um elo 15K pode começar com 30A.
No entanto, começar a operar é diferente de operar continuamente com essas correntes. Fusíveis do tipo K e T podem operar continuamente com cerca de 150% da corrente indicada e fusíveis H com 100%. Dessa forma, um elo 3H pode operar continuamente com 3A e um elo 15K com 22,5A.
Como dimensionar elo fusível? (Para Transformadores)
Normalmente as concessionárias trazem em suas normas tabelas indicando potência, tensão, corrente nominal e o elo fusível que deverá ser aplicado na instalação.
Apesar disso, para o dimensionamento desses dispositivos basta observar a corrente nominal do circuito e selecionar o primeiro elo acima da corrente de circuito. É importante ressaltar que dever ser observada a corrente de operação contínua (abordada anteriormente) bem como a seletividade com demais dispositivos de proteção (incluindo outros elos a montante e a jusante).
Vantagens e Desvantagens do Elo Fusível
A vantagem dos fusíveis reside no custo, por ser uma solução mais viável que as demais soluções para proteção da rede de distribuição como, por exemplo, os Religadores, que possuem um custo mais elevado. Além disso, é um equipamento mais fácil de se encontrar “em prateleira”.
Porém, uma das grandes desvantagens do fusível reside no risco a que o operador se expõe durante o fechamento do circuito.
Outro ponto que desabona esse tipo de proteção e a má qualidade do elo que ocasiona em várias operações da proteção incorrendo em elevado custo na substituição pelas concessionárias
Por fim, um outro inconveniente dos elos é advindo do fato que a operação dos elos não é simultânea para as três fases podendo ocasionar inconvenientes como, por exemplo, falta de fase para o circuito que, no caso de motores, pode danificar permanentemente a máquina.
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